sábado, 24 de setembro de 2011

A lua sempre se faz nova...



A LUA SEMPRE SE FAZ NOVA

A lua esteve hoje com o sol.
Dourada em sua nascente.
Gigante, extasiada, reluzente.

Não há vestígios de outrora.
Não há dúvidas. Houve contato, entrega...
A palidez lívida de noites tristes,
foi pintada...
rebuscada, pelo toque da pele solar.

Soturna, misteriosa, inspiração de lúgubres poetas.
Esta noite à eles não servirá.
Não há mais tempo para estrofes e humanos versos.
Rolam por terra, todas as lágrimas dedicadas à solidão,
com eles partilhadas, suplantadas e
agora, orvalhadas, pela relva da manhã.

Ébria de desejo,
Ela busca a saciedade,
Ela busca o calor dele,
O único que a ilumina para à vida,
Apenas com a sutileza do bem amar.
E a irradiação de um beijo.

Minguando, a palidez à casa torna.
Suas formas são reduzidas a nada.
Voltas temporais de separação... 
Kairos e cronos, formam a sincronia perfeita,
suficiente, para o esvanecer da redoma lunar.

Seguindo a circunferência da terra... 
se distanciando, buscando o eclipsar dos anjos.
Desejando a plenitude que imanta o horizonte e
a calmaria que arqueja no cosmos de além mar.

Mas a melancolia é inevitável.
Novamente, volta-se ela aos poetas,
acolhe as lágrimas destes,
derrama as suas em linhas esparsas em versos passados.
Goteja a terra, lamenta a perda...

Raios longínquos...
Anseiam por nela pousar,
Aquecê-la...
Coroá-la rainha da névoa negra...

Ela murcha e torna-se um fio de esperança sob estrelas...
Refletindo-o pode tornar-se real.
Ele arde com toda a insensatez,
tentando alcançá-la...
tentando transpassar a dor da ausência.

Mas, todos sabem, 
até mesmos os poetas, 
que a lua sempre se faz nova,
condicionada aos raios do poente.

O plexo solar sempre irá devolver-lhe a vida...
Ela sempre ressurgirá, em fases de amor e agonia

e no regaço dele repousará.
Por Kathia Priscila

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O que esta mensagem despertou em você?