A LUA SEMPRE SE FAZ NOVA
A lua esteve hoje com o sol.
Dourada em sua nascente.
Gigante, extasiada, reluzente.
Não há vestígios de outrora.
Não há dúvidas. Houve contato,
entrega...
A palidez lívida de noites tristes,
foi pintada...
rebuscada, pelo toque da pele solar.
Soturna, misteriosa, inspiração de
lúgubres poetas.
Esta noite à eles não servirá.
Não há mais tempo para estrofes e
humanos versos.
Rolam por terra, todas as lágrimas
dedicadas à solidão,
com eles partilhadas, suplantadas e
agora, orvalhadas, pela relva da manhã.
Ébria de desejo,
Ela busca a saciedade,
Ela busca o calor dele,
O único que a ilumina para à vida,
Apenas com a sutileza do bem amar.
E a irradiação de um beijo.
Minguando, a palidez à casa torna.
Suas formas são reduzidas a nada.
Voltas temporais de separação...
Kairos e cronos, formam a sincronia
perfeita,
suficiente, para o esvanecer da redoma
lunar.
Seguindo a circunferência da
terra...
se distanciando, buscando o eclipsar
dos anjos.
Desejando a plenitude que imanta o
horizonte e
a calmaria que arqueja no cosmos de
além mar.
Mas a melancolia é inevitável.
Novamente, volta-se ela aos poetas,
acolhe as lágrimas destes,
derrama as suas em linhas esparsas em
versos passados.
Goteja a terra, lamenta a perda...
Raios longínquos...
Anseiam por nela pousar,
Aquecê-la...
Coroá-la rainha da névoa negra...
Ela murcha e torna-se um fio de
esperança sob estrelas...
Refletindo-o pode tornar-se real.
Ele arde com toda a insensatez,
tentando alcançá-la...
tentando transpassar a dor da ausência.
Mas, todos sabem,
até mesmos os poetas,
que a lua sempre se faz nova,
condicionada aos raios do poente.
O plexo solar sempre irá devolver-lhe a
vida...
Ela sempre ressurgirá, em fases de amor
e agonia
e no regaço dele repousará.
Por Kathia Priscila
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