terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Tem dias que estou confiante e corajosa, dias em que os medos se encolem
Sendo que pra eles, tais dias não passavam do tempo que precisavam
Pra observar e decidir sobre novas formas, ou novos meios por formas velhas, de me corroer.
Hoje se alimentam de mim, do melhor em aqui, me invadindo com impressões que não quero ter.
O seu ontem, meu amor, ainda está aqui, junto a nós, minando minha fé de que o lugar ao seu lado seja de fato meu.
Sinto o coração pesado e os olhos marejando de novo
Aquela sensação de que tenho algo a dizer, mas sequer uma música consegue me ajudar.
De que sou algo a perder mas que no fim a ninguém vai importar.
Ao encaixar as peças vejo o quanto ainda estou incerta sobre o lugar do passado primeiro que um dia foi seu maior desejo.
Temo uma aproximação... e me tornar um mero passado seu
São certezas com indícios de sanidade na leitura conclusiva dos fatos vividos.
São loucuras com traços de perigo real que se aproxima.
E tendo por vítima nesta terra apenas meu coração que reluta
Meu ser em entrega absoluta.

9/01/2017

terça-feira, 10 de maio de 2016

Em cada riso teu olhar está, porque sem ele, meu sorriso seria mero trejeito, nada além de reflexo.
Se hoje mantenho os pés no chão em gravidade 0, é porque minha direção é marcada pelos passos seus.
Sua pele na minha vivifica a alma; em teu calor desabrocha, em teu abraço repousa.
Suas brincadeiras de criança resolvem problemas da adulta infância, colorindo e dando movimento para os limites traçados pelos absurdos do mundo.
Teu sorriso, as lágrimas de amor, tua entrega... me liberta de qualquer amarra.
Mas confesso que nessa caminhada há dúbia direção...
Às vezes fico acuada, com o coração apertado, porque me perco em seu silêncio, temendo a mínima distancia entre nós, cessando, quando me apego às demonstrações que me dá do seu amor, sutis, mas, capazes de me fazer tremer e suspirar.
Às vezes penso em deixar-te a sua maneira, por receio de influenciar e levá-la a um erro imperdoável ou a uma perda que será paga com o sangue do meu coração. Mas deixo passar e me permito à intromissão, porque em seus olhos vejo a confiança em minhas intenções.
Às vezes me perco em seu movimento, não sei o que fazer, dizer, e como deixá-la livre para ser o que é em essência. Mas continuo tentando, mesmo enfiando os pés pelas mãos e por isso perdão.
Sinto ciúmes de cada momento que registrou como especial e eu não estava lá, sinto magoa do tempo por não ter me colocado em sua vida antes. Ver o lugar ao seu lado ocupado por outras pessoas faz arder o peito. Mas, ao ver que somente a referência de nos separarmos te insulta, sinto o alívio em bálsamo percorrendo meus medos, silenciando minhas incertezas.
Confesso, que como uma recém nascida, preciso de você por perto o tempo todo. Confessar isso me é estranho, mas, sou a inocente que se entrega aos cuidados do desconhecido amor.
Em meio a distancia dos dias só nos restam palavras e sons, para nos dizer que estamos uma com a outra, então porque você some? Porque não me busca? Por favor, não me deixe entregue a sua ausência. Mas depois do resmungo lembro que é em teu mistério que adoro me perder, e me entorpeço, lembrando-me do seu amar que vai para muito além do dizer.
E as noites? Nelas, sou assolada por sua presença ausente. Nos sonhos você está, mas, quando no abrir dos olhos não... fico ferida como uma criança indefesa, procurando um resquício da fantasia vivida, para assim passar o dia sobre ela a matutar.
Você se sente assim ou sou uma boba exigente?
Só sei dizer que...
Te amar através da passagem dos tempos é o que move meu espírito a continuar a caminhada de voltar e sempre te buscar.
Por conta desse amor, me tornei pássaro, me tornei raiz, me tornei o fluxo das águas.
E é em meio à dualidade complementar, das emoções que me provocas que sou feliz, pois hoje sinto, hoje amo; se sou plena é porque o que me faltava era, todos dos dias, a sua presença.




O cheiro do meu amor inebriando o eu meu
Que hoje se perde e se faz seu
Hipnotizando e transpassando o tempo e o amar.
Esse perfume tão seu, que penetra o que há de tão meu
Que inunda o que há de nosso
E me faz mergulhar no que nos aguarda
Parte certa do possível que nos espera.
Persigo-te de outrora
Entre as rasuras dos equívocos meus e medos seus
Pendências de um tempo morto
Essência desperdiçada com amores tolos
Incapazes de bloquear o ecoar, nas ondas díspares de quem somos
O vibrar das almas em corpos suados, desposadas ao luar.
Ressoaremos em quem nos ambiciona
Florecendo, desaguando, compondo oceanos
Amando entre traços imperfeitos
Entre oscilações de tons e cores primárias
Entre o grito e o silêncio
Poesia e prosa, compostas por penas arrancadas pelo frio da noite
Em meio à revoada rumo ao horizonte,
 distante da aridez que há, quando você não está aqui
Restando ao meu alcance apenas teu perfume em uma camiseta velha

E o aconchego que ele me dá, até o momento em que seu abraço se fará, novamente, meu lar

8 de Março de 2016

segunda-feira, 9 de maio de 2016



EXPLICAÇÕES...
 
Porque amor sentiu frieza e distância em meu abraço?
Meu corpo dizia que sim, suava ofegante, pedindo por ti,
Mas o seu, sozinho se manteve, ao sentir o retesar de minha alma
Senti-nos entregue... Eu juro
mas talvez tenha sido arrebatada pelo egoísmo do desejo
Então me pós de lado em seu abraço triste,
E uma noite fria me restou por companhia
Não pude embalá-la até os sonhos
A rejeição em seu peito fez morada
Apagou o rubor, feriu seu ego e seu coração magoou
O gozo lhe pareceu meu único objetivo
Mal sabia que, talvez a ausência sentida, depunha contra este
E a favor do simples anseio em tê-la, imaterial, e com isso inteira.
Depunha contra minha inabilidade e insegurança
Contra a crença que às vezes me assola, sem que me dê conta,
De que não sou boa o bastante, nem capaz de proporcionar o clímax
Você sempre sensível as oscilações escolheu uma postura, abnegar
 Mas não compreendo o peso e a medida que guiou sua percepção
Os sinais que viu, eu não tenho consciência
E muito menos os expressei com anuência friamente disfarçada
Só sei que desvelado este sentir infantil, fui exposta
 e por isso não segurei as lágrimas da vergonha e tristeza que mascaram meu rosto agora
Explicações são inúteis diante das certezas de uma amante ferida no ato de amor, eu sei...
Fiz tudo errado pela ânsia de fazer perfeito
Isso por que me distraí seguindo os sinais do teu corpo
Desconectada dos sinais da tua alma e o pulsar do seu coração.
Mas quero que saiba...
Hoje tenho o teu perdão... mas o meu não.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016




Você me tocou por todo o caminho, excitando tudo em mim, me levando pra além
Domando-me a cada movimento, me imobilizando no prazer.
Sem fôlego, sem pensamentos, sem noção do passar do tempo e da concretude do espaço,
entregue ao seu controle...marionete rítmica, envolta em seus movimentos,
Seguindo apenas a direção do farol e as linhas pontilhadas no chão.
Rendida em absoluto, contenção por segurança, com o gozo emergindo no suor.
Minha face formigando, pelo penetrar prazeroso do seu doce escrutínio.
A cada beijo bebido sentia que meu coração estava lá, reagindo, insano.
Como se não bastasse, na entrega você me possuiu, cada parte, cada fôlego perdido era seu.
Com um toque constante, sísmico, você me guiou ao absoluto, ao transbordar dos poros, a explosão do desejo.
Uma corrente de impulsos percorreu meu corpo, do qual não tive nenhum controle.
Vi a realidade em névoa, embaçada pela volúpia e o calor da carne em chamas.
No momento derradeiro, fez-se silêncio, e ao seu comando fui inundada pelo cheiro, hálito, pelo olhar... que emanava dos nossos corpos... então me perdi pra nunca mais querer me encontrar.
Hoje estou na interseção do desejo e da alma, convexa no reencontro.
Em seus olhos vejo a miragem de alguém que hoje tem forma e sentido, pelo fascínio inebriada.
Sob o jugo de tua luz, projetada em reflexo real, no espelho de noites nuas e entregas absolutas.


quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Minha amada imortal

Passei tempos e momentos em uma busca tortuosa, em encontros sem propósito, perpassando vidas, me mantendo em algumas por puro cansaço... Quando havia me engajado em outro meio de entrega ao desconhecido, obviamente no intento de me perder de uma vez, vi sua imagem e da perdição fui empurrada a descoberta.
 Eram olhos de mistério que me prendiam a encará-los sem conseguir decifrá-los... eram lábios que despertaram um desejo de neles pousar os meus para nunca mais beber de outra fonte... era um sorriso de liberdade que dissipou todos os meus receios do cárcere. Tudo se fez enlace no âmago quando conversamos, eram sorrisos, trocas, novidades, entusiasmo e isso me fez menos errante em dúvidas.
Então em uma noite clara e ébria te vi pessoalmente, fiquei hipnotizada por cada movimento seu... tão forte e marcante, uma energia vibrante de vida que há muito buscava. Nesse momento me perdi. Paralisei. Não tinha ideia de como faria para fazer o encontro acontecer, porque você era movimento puro e eu estava anestesiada e de coração manco.
Quando, de forma infantil e desastrada, consegui clamá-la em meio às pessoas como sendo minha e assim beijá-la... foi como se um raio atinge-se meu corpo. Não queria largá-la nunca mais. Era o gosto mais inebriante e real que já havia provado... estava enfeitiçada... entregue, ao mesmo tempo apavorada, pela ausência de gravidade que me fizesse colocar os pés no chão. Quando a perdi naquela noite, me senti como uma criança em meio à multidão em um lugar insalubre e perigoso. Mas você reapareceu e todo o resto deixou de existir... só havia tudo em mim entregue ao espaço do seu abraço e o alívio dos seus beijos.
Nossa primeira noite de amor foi de um prazer que nunca havia experimentado. Nunca tinha visto tanta beleza, sentido tanto calor. Meu corpo parecia estar sendo tocado pela primeira vez. Nunca fui responsável pelo prazer do outro, mas naquela noite você me entregou as rédeas do seu corpo e mesmo perdida, fiz o que o meu sentia do seu e a união disto me quebrou por dentro. Algo em mim amanhecia como naquele dia, mas, tal como, ainda em meio à chuva.
Fiquei assustada, não acreditava que tudo aquilo em mim pudesse ser real... Quis me perder novamente em vazios, porque eram mais seguros por serem prazeres fugazes, incapazes de fazer alguma marca. Arrisquei fazê-lo... porém, algo em mim já estava lutando contra a negação.
Cedi e percebi que meu ego superprotetor já não estava mais no controle. Ele se rendeu a você. A ansiedade dele era por você, as tentativas dele eram para trazê-la para perto, arriscando sua integridade orgulhosa para se ajoelhar ao seu comando. Até que em certa noite de luar, o sinal que precisava para me lançar no abismo do amor se deu. Você se entregou de alma e as lágrimas advindas dela inundaram tudo em mim... limpou toda a resistência e o desejo de nadar rumo a profundidade encontrou eco.
Então nos lançamos na estrada, era como uma fuga... uma viagem para algo familiar e a muito procurado. Estava segura, certa de que era ao seu lado que queria estar, como se ali já estivesse antes, como se fosse esta a morada que estava ávida em ter pouso. Até que naquela noite, sua alma chorou novamente... mais forte, totalmente transparente...indefesa... insegura... mas despida. Então tudo fez sentido. Os alertas que ressoavam em mim... os alertas de dois amigos... tudo se somou e ressoaram aos berros quando a vi nesta entrega.
Deus! Senti o desejo de muitas vidas e com isso minha alma despertou... se rendeu e de alegria chorou.  Era você, a melodia que eu ouvia em sussurro, me chamando, mas que não conseguia identificar ou alcançar. Era você, o cheiro que sentia, e me fazia me perder em saudade. Era você, a presença que me inquietava e me tornou errante em buscá-la. Era você, aquela que havia perdido, que escapou entre os dedos, e que fazia com que eu vivesse em uma constante autopunição e sabotagem, por tal erro imperdoável. Foi arrebatamento perceber que você estava ali, diante de mim, me querendo em sua vida novamente.
Desde então estou inundada de você... beijá-la ou simplesmente olhá-la me faz querer permanecer acordada para sempre, por puro medo de perder um instante sequer deste êxtase. Meu querer é tão intenso que somente demonstrando você entenderia. Minha necessidade de você é insaciável e definitivamente estou reaprendendo a graça das outras questões da vida, porque meu pensamento esta aficionado, tudo esta se resumindo a você. Meu corpo grita pelo seu. Minha alma pela sua. Minha vida pela sua presença.
Por isso, resolvi te contar o que esta por trás de cada olhar, de cada sorriso, de cada expressão em mim. Porque o mistério deve ser caminho acessível ao desejar e não labirinto de perda. Por isso, te contarei a simples resposta: Nós. Tudo o que você vê é Nós, em todas as intensidades e vibrações que os sentimentos podem adotar quando diante de um mestre tão poderoso, o completo amor.
As nuances das vidas que vaguei te procurando, te encontrando e te perdendo, me ensinaram o que fazer quando diante desse encontro, desta que parece ser uma última chance: se render, sendo a melhor que poderia ser para nós. Então me receba... me tenha... Porque você me conquistou em cada entardecer e por isso a cada amanhecer serei sua. Hoje minha alma vive no ritmo do meu coração, porque nele está você. Hoje sei o que é sentir, o amar mais do que ontem e menos do que amanhã. Digo estas três conclusões, porque um dia as disse para outro alguém de forma leviana, não em tom de declaração, mas de orientação, caso quisesse provar que era quem buscava... fui cruel em fazê-lo, todavia somente agora compreendo que eram os estágios que precisava sentir, para que soubesse que havia encontrado quem havia perdido... e sem sombra de dúvidas, agora em afirmativas de declaração, minha busca era você aroeira... você é a minha amada imortal. E hoje posso transformar minhas lágrimas em vinho para brindar este reencontro.



Não tenho mais medo

Do meu amor pra mim, de mim para meu amor.

Por DANIEL BOVOLENTO / 6 DE JANEIRO DE 2016
Fonte: http://entretodasascoisas.com.br/2016/01/06/nao-tenho-mais-medo/

Eu não tenho mais medo, amor. Agora, eu digo, grito e berro que eu te amo. E que se danem os vizinhos se acharem ruim a minha serenata. Tô nem aí. Porque eu to feliz e confiante em declarar que esse amor me faz bem.
É que nem todos fizeram isso. Amor mal direcionado vira ferida desatada. E dói lembrar as vezes que disse “eu te amo” para o alvo errado. É como se as palavras ricocheteassem e voltassem para mim em brasa.
Mas dessa vez é diferente. Eu já te amava baixinho, sem saber se você também o fazia em segredo (quer dizer, eu sabia que você me amava em retorno também, mesmo em silêncio). Resolvi guardar para mim as palavras e deixar que o corpo fizesse o trabalho dessa vez. Quem sabe assim você perceberia o quanto eu te quero bem.
Eu dizia que te amava em cada abraço de chegada e em cada beijo de despedida. Em cada dedo entrelaçado nos seus ou no seu cabelo. Em cada carinho na bochecha ou nas costas. Em cada olhar demorado e em cada crise de riso. Em cada conversa de final de dia e em cada desabafo.
Não sei por que eu tinha essa fobia em verbalizar o que já estava na cara (e em todo o resto de mim). Talvez porque você poderia não ter interpretado bem aquele meu sorriso… Vai que você não é tão bom na leitura de entrelinhas?
Mas já fazia uns dias que não tava mais dando pra segurar isso na garganta. Parece loucura, mas chegava a doer de verdade. Fisicamente. E aí, eu o deixei sair. Inseguro. Trêmulo. Sussurrado. Sem saber o que esperar em retorno.
Para o fim de todos os meus temores, você sorriu e disse um “eu também”. Parece que as palavras vieram em câmera lenta. Seu tom de voz foi suave. Tenho certeza de que vou guardar esse momento para sempre. Principalmente se eu voltar a ter medo.