quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

DEUSA DA NOITE


Você acha mesmo que é na inocência do toque, que presunçoso demora nas pinceladas, tentando compor a forma perfeita com base em traços sublimes, que iras controlar o amor?
Para que se basear no medo de dar o melhor e não receber o mesmo, sabendo que o quê já foi recebido, é superior ao terreno desejo?
Ela é deusa de formas perfeitas... história de sobrevivência e amor honesto. E na certeza desta percepção que se mantém curvada diante dela, sem saber como agir sem maculá-la.
 Você seria capaz de seguir a fé e o amor que a ela dedicas por mero fascínio?
Pede certezas... mas...
 Que provas são capazes de dar o tempo que não foi vivido?
Que poder de certeza tem o momento se ele é composto em instantes?
Deixe seus desejos depositados nela... Porque essa grandiosidade não pode ser efêmera... é energia e fogo demais para se extinguir em um sopro de infantil vaidade.
Diga logo: Te amo morena... Por que transborda verdades para além da capacidade de compreendermos. Porque suas lágrimas regaram a aridez em mim. Porque preciso da sombra e do perfume de uma aroeira.
 Ela é o que é por ser guardiã e poetisa. É a voz na noite que instiga seus instintos, sua inspiração bandida. É o silêncio misterioso que desperta seu querer.
Portanto, não ignore, que simplesmente beijá-la... tê-la... estagná-la em letras e versos é inútil! Ela vive na brisa que circunda o horizonte e negá-la é fingir que não existimos.
Dê valor ao privilégio de vislumbrar a glória dela, através da nudez acobreada, que te tomou em meio a suor, gemidos e amor... que te fez imóvel no êxtase,   tendo a lua por cúmplice, por sentinela, velando o jogo de almas em corpos sedentos, em uma noite onde de duas se fez muitas.

Em meio a estas declarações, questões, fascínio e certezas, uma coisa está clara... No amanhecer de outrora os medos se viram sem fonte, o desejo faminto, o amor criando forma ao bel prazer dos instantes e você, poetisa – antes contida e disforme – com o poder de versar sobre a deusa da noite.

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