Em matéria de tempo faz pouco... quanto à distância que nos
separa a proporção temporal parece enorme.
Beijo a taça, tentando encontrar no fundo desta as lágrimas
que secaram.
Sinto sua falta por que pedaços de mim ainda estão ai.
A vida é feita de jogos sem qualquer regra.
Nunca quis te amar, porque te usei para esquecer.
Não esqueci, não te amei, mas me perdi nesse movimento.
A beleza elogiada pela última vez teve de volta a ofensa.
Me atenho à frases curtas, porque dizem mais que as
justificativas aos porquês.
Sem o riso que camufla... sem promessas... sem busca...
resta apenas o silêncio após a liberação.
Em fim comigo... sem mim.
Mendigando eco... implorando por pouso.
Sei qual é o fim da linha... mas, caminho como se houve
horizonte.
Recomeçando de onde parei... de onde me obriguei a me
retirar.
Ouvindo a mesma canção... de novo... e de novo... esperando
fazer o efeito do despertar.
Só anestesia... o sentir intenso do aparente não estar aqui.
E eu estou aqui, imersa em palavras por que sentir parece
inacessível.
Reencontrei aquela que usou esse amor pra fugir e ela é
cruel.
Simplesmente sente o inexplicável e se mantém em gozo na
inquietude.
A poetisa de outrora... a desejante de um amor sem objeto.
Foi tão repentino que realmente parece morte em vida.
Mas ai vem essa inspiração que transborda a cada palavra,
como um amante inapropriado.
Desde o começo ela tentou se comunicar, e, você, foi honesto
em fingir compreensão.
Ela não perdoou esse ato... agora é livre e leva com ela a
minha alma em versos.
Além de mim... quer reviver tudo... quer seu palco de volta.
Me quer de volta, assim como todos os desejos deixados de
lado.
Não quer amor ou amar... muitas explicações são solicitadas
para que tenha lógica.
Quer sentir por sentir... quer sentir... escolha feita... não
há palavras suficientes a ela.
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